Quando eu era bastante pequeno, escrevi conto de duas páginas, frente e verso, dum moleque que caía de avião numa ilha. Eu tenho certeza que roubei a idéia de outro lugar. Eu também li um daqueles livros infantis pequenos, duma coleção aí, chamado A Ilha Perdida. Li na sexta série e não gostei. E eu também não gostava da professora.
Tergiverso.
O filme não mostra nada mais do que qualquer um espera. É um cara que caí na Ilha, sobrevive e volta [som de tambores]. Eu gostei de vê-lo inventando utilidade pras coisas. Gostei das tantas horas em tentar fazer fogo - principalmente dele, já em terra crescida, acendendo lâmpadas e usando o acendedor várias vezes seguidas.
Deixa ver, também reparei na vida do homem e imaginei o tal estado de natureza de Rosseau. Eu poderia ser sério, mas, piadas que venham: deve de ter havido um homem primitivo bastante estúpido, realmente estúpido, para ficar esfregando a porcaria de um graveto em algum lugar. E, veja, não é que ele foi inteligente?
E ele deixou uma só caixa de entrega fechada? Não prestei muita atenção. Foi tipo algo para mantê-lo perseverante? Aqui um amigo disse que lá dentro havia um celular, com bateria e tal. E ele não abriu.
E gostei do Wilson. Será que todo ser humano necessita de qualquer relacionamento que consiga? E o que o cérebro se agarra a qualquer possibilidade, a realidade não manda em nada? - lembro de um comentário de um leitor que nunca mais apareceu por aqui, no Sobre Meninos e Lobos — ele disse: Nós nascemos sozinhos. Nós vivemos sozinhos. Nós morremos sozinhos. E qualquer coisa neste intervalo que possa nos dar a ilusão de que não estamos sós, nós nos agarramos a ela".
É. É?
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