Rapaz, se endireite na mesa. Mãos dobradas, perto do prato, não se levante até que todos acabem. E quando os vizinhos chegarem, sorria. E não me desminta de novo na frente deles. É feio.
É desse ou daquele jeito que as coisas tem de ser feitas. Estas roupas devem estar dessa maneira, esta cor de pele é feia é aquela não é.
Um post do Nenê Altro fala sobre tudo rodar em torno do mártir. A coisa feita de um certo modo — a moral, não importa o lado em que ela esteja — é respeitada e de um outro modo não, e quem faz — por exemplo — quem sofre mais, é mais adorado.
Isso seria moral, ética, o modo como as coisas tem de ser feitas - mas toda moral é estética e a estética é moralista; o mundo do jeito que a pessoa quer que seja, de um jeito ou de outro, os dois lados da moeda são diferentes graças a luz que se aplica, para fotografias melhores.
Mesmo na Arte, coisa da qual já falei porcamente antes, escritores, pintores, músicos, vá lá, em grande parte, acreditam que a coisa tem de ser feita de certo modo, senão é sacrilégio. Até iconoclastas, revolucionários, punks fazem a coisa seguindo certas normas estéticas, criam uma nova moral pra si mesmos. Ou vira putaria.
E parece que não dá pra escapar (não?). O homem pega e põe alguns paradigmas na cabeça, e os segue; padrões de existência, ou, simplesmente, não existe. Mesmo que isso deturpe o resto, mesmo que as regras que criou para si mesmo o prendam e o enganem.
A não ser que ele se autodestrua. Que chegue ao extremo de si mesmo. Que perca a vontade de viver para que possa viver. Que goste do sangue no próprio rosto. Como em Clube da Luta.
Ou nenhum dos dois.
Levando tudo isso ao extremo temos teorias de controle de sociedade e destruição de sociedade, mas não vamos chegar a esse ponto.
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