Republicação seleta (e levemente aperfeiçoada) dos textos de eutenhoumblog.blogger.com.br, blog que mantive dos 16 aos 19 anos, de 2003 a 2006. A ideia é que a repostagem seja na mesma data anterior (dia e mês, apenas dez anos depois). Nos comentários, eu falo do que me lembro da época em que escrevi, e avanço. Pra que o meu eu de então fique contente.

sábado, 18 de janeiro de 2014

A Mulher de Azul

RPGistas são uma raça peculiar, não se é preciso muito esforço para se encontrar onde se enfiaram. Fora as pequenas complicações com endereço (sendo estas o fato da estação Tiradentes ser no lado oposto ao qual me dirigi), pude divergir do resto do mundo um fragmento do Terra-média. 

A HobbitCOM, uma convenção sobre Tolkien, o escritor de O Senhor dos Anéis aconteceu no dia 17 de Janeiro de 2004, na Oficina Cultural José Andrade. 

Citei rpgistas mas não foi um evento baseado em RPG. Havia mesas de jogo (com todas as pessoas jogando apenas os jogos que, vai saber por quê, eu desconhecia as regras), mas não era nelas que todos se concentravam. Uma demonstração de esgrima com espadas de papelão, aberta aos participantes, e outra, de arco e flecha, foram mais relevantes. Dois anfiteatros, ora um, ora outro, apresentavam palestras, contadores de história e música. 

O negócio foi bem feito, temos que concordar. Tinha toda aquela informação sobre Tolkien que eu desconhecia: todos os sites, todas as organizações, todos os outros livros, revistas, sistemas, ensaios, música e quaisquer publicação estavam expostos, pra livre manuseio. Armaduras e, principalmente, imitações de armas medievais me deram vontades de ignorar o resto do mundo e brincar feito criança.

Mas não, meu sacrossanto espírito crescido me impediu de tal ação. 

As palestras da Associação dos Sacis (meu sacrossanto espírito crescido ainda está dizendo que o cara mente. Mas vai saber.), de alguns estudiosos sobre temas mitológicos e o da Rosana Rios, escritora infantil ("porque quis e não porque não conseguiu escrever livros de verdade") que falou sobre Monteiro Lobato a abriu paralelos dele com Tolkien, assim como entre sacis e hobbits, dizendo que aqueles eram estes, em versão tupiniquim. 

E houve a banda Hobbeats. Eu já ouvi aquele estilo em algum lugar, mas não consegui saber o que era. Não decifrei influências, mas a música dos caras me era tão... familiar quando qualquer outra coisa. Certa música mostrava-me anões, danças e cervejas em canecas enormes; outra me mostrava um homem deixando tudo, sem largar nada. 

Vi os dois shows, e o segundo show teve evoluções diferentes do primeiro (e o público também ajudou mais. E não me considere bem como público! Eu me aproximo do palco e lá fico. A minha posição é mais de juiz do que vejo, em causa própria). 

E, como poderia deixar-me esquecer: havia a garota de azul. Matrix? Moça de vermelho? Enfie as cores quentes onde bem entender. Uma das moças mais belas que já pus a atenção de meus olhos sobre. Uma mulher de azul, isso prova que nosso mundo é o real, de verdade?

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