Republicação seleta (e levemente aperfeiçoada) dos textos de eutenhoumblog.blogger.com.br, blog que mantive dos 16 aos 19 anos, de 2003 a 2006. A ideia é que a repostagem seja na mesma data anterior (dia e mês, apenas dez anos depois). Nos comentários, eu falo do que me lembro da época em que escrevi, e avanço. Pra que o meu eu de então fique contente.

sábado, 9 de novembro de 2013

Rédeas

Os dois últimos livros dos quais tratei aqui falavam sobre futuro. De um modo geral, que eu posso descrever também como um modo estúpido de se observar, os dois prevêem que, para o bem da humanidade, devemos ser controlados, todos, postos em um tipo de estagnada felicidade.

Em meus devaneios pergunto-me se isso está tão distante. Porque, como em 1984, estamos sempre em guerra com alguém, o povo não se importa com o passado, portanto, ele não existe - as proles, por mais poder que tenham, jamais irão se revoltar. 

E, como em Admirável Mundo Novo, as pessoas são condicionadas por senso comum a odiar esse ou aquele, a fazer as coisas assim ou assado. De modo mais sútil do que os dois livros puderam conceber, talvez estejamos, cada um de nós, como bonecos de lego nas mãos de uma criança ensandecida, mas que sabe muito bem o que está fazendo. Mesmo que essa criança não seja um humano poderoso, mesmo que não seja Sílvio Santos, nem o Bill Gates, nem um grande corporação - pode ser que seja Deus assim, e aí Admirável Mundo Novo acerta mais uma vez, pois os fiéis amam aquilo que são obrigados a fazer. 

Pergunto-me, por fim, se não já estamos neste futuro.

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