Republicação seleta (e levemente aperfeiçoada) dos textos de eutenhoumblog.blogger.com.br, blog que mantive dos 16 aos 19 anos, de 2003 a 2006. A ideia é que a repostagem seja na mesma data anterior (dia e mês, apenas dez anos depois). Nos comentários, eu falo do que me lembro da época em que escrevi, e avanço. Pra que o meu eu de então fique contente.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Iluminado, de Stephen King

De Stephen King já li O Cemitério e O Iluminado. E, nesses dois livros, o que se percebe claramente é a fórmula usada pelo autor parar criar seus livros; não só ele — O Exorcista, o livro, pelo que me lembro, segue o mesmo padrão. 

A primeira parte é de apresentação da família. O leitor tem que gostar da família, para que se importe com seu destino. Crianças e pais bons-camaradas. Também é de praxe que estejam se mudando para algum lugar, começando vida nova ou tendo oportunidade de alguma coisa importante: ficar mais tempo juntos, esquecer velhos problemas, ganhar dinheiro, etc. 

A segunda é quando pequenas coisas estranhas acontecem, e a história do lugar, junto a história da família, se desenrola. As coisas estranhas vão crescer e crescer, sempre com alguém, um tanto quanto velho, que saberá lidar com elas, por conhecimentos ancestrais ou coisa que o valha. Segue a parte que a ciência explica como tudo aquilo não pode ser possível e, logo após, a parte que o mito esmigalha a ciência.

Depois disso o autor pode se dar o luxo de deixar seus monstros brincarem. 

O Iluminado começa com a família Torrance, pai, mãe e filho, chegam ao Hotel Overlook. Jack Torrance, o pai, arrumou um emprego de zelador para os dias de inverno no Hotel. Foi o melhor emprego que conseguiu arranjar depois de um passado problemático por conta de bebedeira. 

Danny Torrance, o filho, possui luz interior. E há algo no Overlook, senão o próprio Overlook, que deseja o poder de Danny. A luz interior do Iluminado Danny exerce o mesmo fascínio que um shopping center causa a uma pré-adolescente. 

O resto são história da família, caras que ficam loucos e monstros que matam pessoas. 

Uma beleza de livro.

Um comentário:

Duanne Ribeiro disse...

Essa resenha, eu me lembro claramente até hoje, foi a primeira vez que identifiquei um padrão crítico — esse molde do qual se retirariam todos os livros de Stephen King. Lembro também que, ao escrever a resenha, eu me sentia um tanto mal pois a afirmação da fórmula reduzia demasiado o romance — e ele era tão divertido apesar do esquema... mas de algum jeito, crítica me parecia isso: criticar, neste sentido pequenino.