Talvez, só talvez, o nome do autor esteja errado. Não me lembro do nome do meio, mas posso me lembrar perfeitamente de sua história. Porque o livro conta da história de sua vida. É um história auto-biográfica.
Marcelo é um jovem normal, lá pelos seus vinte anos. Certo dia, ele resolve beber um pouca mais (leia: bastante) e fumar um tanto de marijuana, e, ainda sob os efeitos dos ingredientes citados, mergulha num rio. Ele acaba sofrendo um acidente, medula, quinta cervical - foram pro saco.
A história narra, da UTI, passando pelo hospital e a recuperação em casa, como ele se deu com isso. Todos os amigos e parentes têm história, assim como nossos amigos e parentes. Teve amores perdidos, sucessos passados, frustrações acumuladas, amuletos em forma de gente. Aliás, teve amores, sucessos, frustrações e amuletos, assim como nós.
Marcelo é filho de um homem que foi pego pelo repressivo governo da época em que viveu (perceba como eu tergiverso bem: quase não se percebe que não me lembro do nome do pai, tão pouco da época), então a história passa por isso, e como a família jamais descobriu o paradeiro dele, em meio há histórias de tortura e versões falsas trocadas por outras também falsas.
É um livro que fala de Lula, Jesus Cristo, PT, vida, morte, tristeza, nostalgia, fatalidade, destino. É uma vida, e possui esses elementos - e só não é comovente, como diz a sinopse da contra-capa, porque é comum a todos. Não é clichê, porque é como a de todos nós.
Isso me lembra de algo dito em "Deuses Americanos", pelo protagonista: "Sabem, acho que prefiro ser homem a ser Deus. A gente não precisa que acreditem na gente. A gente vai seguindo em frente de qualquer jeito. É o que fazemos".
(original)
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